sábado, 25 de julho de 2009

E a gente ainda paga por isso...

Férias... férias... férias: a gente fica mais em casa e a tv acaba sendo companhia.
E quando se fica em casa durante a tarde, seja durante a semana ou no final, é quase uma loucura se aventurar pelo controle remoto - não adianta, não tem naaaaada pra se ver nos canais abertos.
Tudo bem: tem como se relavitizar esse nada - às vezes, um jogo legal ou uma entrevista. Mas isso é pura sorte. Em geral, pouco se aproveita.
E o pior é que, quando a gente acha que os canais abertos já se superaram quanto à falta de assunto, os canais pagos conseguem fazer pior.
Vamos lá: uma zapeada rápida e temos:
- elefantes, crocodilos, macacos...
- um seriado policial com alguém cortando outro alguém no meio...
- mais alguns elefantes...
- Dr House de mau humor (olha a novidade)...
- mais uns crocodilos...
- um reality show com um monte de ilustres desconhecidos (tem até de cabeleireiro)...
- um cantor de rap com uma loira
- mais uns pedaços de gente...
- olha!: outro reality show!
E por aí vai.


Mas quando a gente acha que as coisas estão ruins, elas podem ficar pior.

O que vou contar aqui eu vi já faz um tempo. Foi numa tarde de televisão, exatamente como a desses dias de férias.

Eu estava zapeando e peguei a propaganda de um seriado americano, não sei qual.

A cena era a de uma espécie de sala de interrogatório, daquelas com meia parede de vidro. O policial percorria esses vidros, fechando a persiana, isolando-se ali.

Dentro da sala, havia uma pequena televisão onde se via uma cena de câmera de segurança, em preto-e-branco azulado. A cena era a de uma espécie de assalto a uma loja de conveniência e, no momento em que se "mostrou" a imagem, era nada menos que uma cena de estupro. Daquelas básicas: uma mulher debruçada sobre o balcão e o bandido sobre ela.

Nesse momento, o policial para diante da televisão, as janelas de vidro já estão todas fechadas, ele se senta diante da tela e... e... sim: ele desce a mão entre as pernas.

A cortina se fecha. Ou: o comercial do seriado é interrompido neste ponto.

Eu avisei que ficaria pior.

Bom, repito: era uma tarde meio distraída, não deveriam passar de duas horas da tarde. A sorte é que não tenho crianças aqui por perto. Não me senti chocada, nem irritada, nem aviltada, nem nada. Apenas me questionei se era algo que eu deveria ver, na tv paga, naquele horário. Não gosto de discursos moralistas - se eles valessem alguma coisa, o mundo seria outro. Apenas me acho no direito de fazer perguntas... por que uma cena assim, naquele horário meio desavisado, e na tv paga? Pelo menos o direito de fazer perguntas eu ainda tenho, certo?




Revanche
Lobão
Composição: Lobão e Bernardo Vilhena

Eu sei que já faz muito tempo que a gente volta aos princípios
Tentando acertar o passo usando mil artifícios
Mas sempre alguém tenta um salto, e a gente é que paga por isso, oh!
Fugimos prás grandes cidades, bichos do mato em busca do mito
De uma nova sociedade, escravos de um novo rito
Mas se tudo deu errado, quem é que vai pagar por isso?
Quem é que vai pagar por isso? Quem é que vai pagar por isso?
Quem é que vai pagar por isso?

Eu não quero mais nenhuma chance, eu não quero mais revanche
Eu não quero mais nenhuma chance, eu não quero mais ...

A favela é a nova senzala, correntes da velha tribo
E a sala é a nova cela, prisioneiros nas grades do vídeo
E se o sol ainda nasce quadrado, e a gente ainda paga por isso
E a gente ainda paga por isso, e a gente ainda paga por isso
E a gente ainda paga por isso

Eu não quero mais nenhuma chance, eu não quero mais revanche
Eu não quero mais nenhuma chance, eu não quero mais ...

O café, um cigarro, um trago, tudo isso não é vício
São companheiros da solidão, mas isso só foi no início
Hoje em dia somos todos escravos, e quem é que vai pagar por isso
Quem é que vai pagar por isso? Quem é que vai pagar por isso?
Quem é que vai pagar por isso?

Eu não quero mais nenhuma chance, eu não quero mais revanche

domingo, 19 de julho de 2009

Saudosismo parcial

Seria muita hipocrisia da minha parte ficar idolatrando do bolachão de vinil. Não, não é melhor que o CD - o disquinho é menor, tem qualidade melhor de som, é mais barato e por aí vai.
Mas tenho que dar apenas um crédito ao bolachão: tenho saudade dos encartes enooormes, cheios de fotos, letras de música e outras coisas.
Sei que hoje é só entrar na internet e pegar tudo, mas realmente tinha graça o encarte do disco de vinil, ainda mais aqueles que tinham pôster no meio.






segunda-feira, 6 de julho de 2009

A Era do Gelo - versão que não tem graça

Eu não consegui ainda localizar a data deste vídeo, mas como Carl Sagan morreu em 96, dá para ter um idéia da época.
Quando li "O mundo assombrado pelo demônio - a ciência vista como uma vela na escuridão", conheci o brilhantismo deste homem. Eu me lembro de ter visto Cosmos quando era pequena, mas tinha medo. Este vídeo é o último de uma série que se chama "Quem pode salvar a Terra?".

Acho bonito como um homem que defendeu com tanta genialidade o ceticismo e a confiança na ciência, possa ser um crente tão fiel em uma idéia que me parece inconcebível: a de que espécie humana terá longevidade neste planeta.


Com a palavra, o sr. Sagan:

domingo, 5 de julho de 2009

A saga de secar as mãos...

Ir ao banheiro satisfazer a higiene é um procedimento básico desde que o ser humano inventou a sociedade "civilizada".


Mas parece que ultimamente um ato tão simples e importante, como o de lavar as mãos após utilizar o sanitário, virou uma vedete da criatividade dos inventores de produtos para banheiros de uso coletivo.


Por exemplo: antes, lavavam-se as mãos e se secavam as ditas cujas num papel. Pronto, tudo resolvido.


Agora, o pobre desavisado encontra engenhocas que vão desde toalhas de tecido que vão sendo automaticamente enroladas para que uma nova parte delas se renove para o próximo usuário, até aquelas que têm um sensor que avisa quando a mão está embaixo e solta uma toalhinha de papel!


O cúmulo, porém, da micagem tecnológica para secar a mão é o tal secadorzinho!


Pra quem nunca topou um desses antes, vai a explicação: um simpático aparelho, semelhante aos que soltam papel, mas sem papel. Não adianta ficar olhando por baixo, porque não tem nada lá, e você corre o risco de levar um jato de ar quente na testa.
Pois é isso mesmo que o danado faz.
Detecta automanticamente quando um entendido coloca as mãos sob ele- e solta um ar quente para secá-las...


Tudo muito prático. Simples e fácil de adivinhar!





Haja bunda de calça pra sair do banheiro de mão seca!






quarta-feira, 1 de julho de 2009

Dia do Lerdo

Acabei de dar uma olhada rápida no Google: e não está lá!
Não, não existe um dia para lerdo.
Acho isso uma afronta.
Um verdadeiro desrespeito para com milhares e milhares de pessoas como eu que, simplesmente, não podem ter um dia específico simplesmente para... ser o que são: lerdos!
Mas preciso fazer antes de tudo uma definição quase científica disso.
Primeiro, não é qualquer um que é um lerdo. Veja bem: não falo desses transtornos complicados que a vida moderna trouxe. Um lerdo de verdade não é uma pessoa com doença de memória ou transtornos de atenção - um caso de remédio ou tratamento.
Um lerdo de verdade não tem cura, que se diga de passagem.
E como ele é? Bem... só meio esquecido e distraído...
Por exemplo: um lerdo de verdade não é aquele que todo dia esquece a chave de casa. É aquele que esquece a chave bem no dia que convida um amigo para uma visita.
Um lerdo não é aquela pessoa que tropeça nos sapatos, dá bicas na beira da cama ou quebra um copo ou um prato sempre que lava a louça.
Um lerdo real é aquele que tropeça numa calçada que não tem um degrau ou enrosca o pé...no outro, como se fosse a primeira vez que se desse conta da existência do dito cujo. Esse é o lerdo de verdade.
Um lerdo dos bons jamais - veja, jamais! - deixa de entender ou rir de uma piada, por exemplo. Ele simplesmente estava no banheiro e chegou só na hora que todo mundo ria.
Um lerdo não é uma pessoa de raciocínio ou gestos lentos. Às vezes, na verdade, ele é até mais rápido que o usual. Aliás o lerdo apenas estava prestando atenção em tudo o que o chefe ou o professor dizia... ele só se distraiu por um minuto: bem aquele em que alguém falou o seu nome!
É por isso que não é fácil ser lerdo, não é qualquer um que consegue ser assim. O lerdo, ao contrário do que as pessoas pensam, tem o timming exato da coisas - apenas na hora errada.
É por isso que eu acho que deveríamos prestar uma homenagem a essas sofridas pessoas!